A energia cinética dos ventos é utilizada pela humanidade há centenas de anos. Desde a conversão em energia mecânica nos moinhos de ventos para moer grãos, passando por bombeamento de água, essa energia natural tem sido aproveitada de forma crescente, até se transformar em importante fonte de geração de energia elétrica.
Dos rústicos cata-ventos para os atuais aerogeradores, a tecnologia tem evoluído de forma exponencial, viabilizando a utilização da energia dos ventos de uma forma mais sistêmica e racional. Atualmente, temos aerogeradores de mais de 100m de altura, com capacidade de “incríveis” 16MW (produção comercial em 2024), e são esperados maiores e mais potentes em um futuro próximo.
A energia eólica como fonte de energia limpa, vem apresentando um crescimento significativo ao longo dos últimos anos. Em 2021, 93,6 GW de capacidade instalada foram acrescidos no mundo, perfazendo um total de 837 GW, traduzindo-se em um crescimento de 12,4%, quando comparado a 2020. Esse crescimento foi capitaneado pela China, seguido dos Estados Unidos, Brasil, Vietnam e Reino Unido.
Somente a China teve participação de 50,92% nesse crescimento; Estados Unidos 13,58%; Brasil 4,06%, Vietnam 3.74% e Reino Unido 2,78%. Os demais países somaram os 24,92% restantes. As instalações onshore dominam com 72,5 GW de capacidade instalada, mas as offshore já somam 21,1 GW, sendo 80% disso devido a investimentos feitos na China.
Ainda que esses números sejam promissores, o GWEC Market Intelligence prevê que nesse ritmo, até 2030, teremos no mundo menos que dois terços de energia eólica necessária para que se atinja a meta de 1,5°C de aquecimento global.
Portanto, é necessário que a taxa de investimentos em energia eólica cresça substancialmente, viabilizando dessa forma as metas climáticas e uma melhor condição de vida no planeta.
Especificamente no Brasil, além dos benefícios conhecidos da energia eólica como fonte de energia não poluente, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, essa energia proporciona um impacto no PIB de R$ 2,9, para cada R$ 1,0 investido. Ela também permite a continuação das atividades produtivas nas terras onde estão instaladas as torres. São também significativos os benefícios para a economia local, proporcionando geração de empregos de cerca de 11 postos de trabalho por MW instalado, gerando aumento do IDH da região.
Temos no Brasil 22 GW de capacidade instalada, em 812 parques eólicos, que utilizam 9200 aerogeradores, instalados em 12 estados da União. Com isso, a energia eólica já representa 12% da capacidade instalada na matriz energética brasileira. Tudo isso se viabilizou devido a investimentos, que no período de 2010 a 2021, somaram US$ 42,3 bilhões, evitando que 34,4 milhões de CO2 fossem produzidos.
Devido a esse quadro bastante positivo e favorável, a Bizup acredita e incentiva o crescimento dessa indústria, estudando esse mercado, participando de suas iniciativas, projetos e buscando formas de viabilizar investimentos no setor.
Fabio Mezzarano, sócio estrategista e membro da célula de Energia & Recursos Naturais.
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